O sábado (16) foi de muito rock em Curitiba, com a segunda edição do Festival Crossroads – Dia Mundial de Rock. Aproximadamente 10 mil pessoas aram pelo Jockey Eventos ao longo do dia, assistindo aos shows de mais de 50 bandas, locais e de outras regiões, que trouxeram trabalhos autorais e fizeram tributos a grandes nomes do rock internacional.

Ao todo, foram 18 horas de muito rock. Quem abriu a programação foi o paulista Supla, que apresentou seu novo show ‘Supla Ego’, trazendo hits conhecidos do público e também clássicos do rock.

Foto: Lucas Sarzi.

À Banda B, o cantor comentou que, para ele, foi uma honra ser escalado para dar o pontapé no festival.

“É um festival que movimenta a cidade com várias bandas locais, com sons autorais e tributos às bandas que a gente ama. Por isso acho legal abrir, porque já começa o festival quente”.

Supla, cantor

Supla contou que, neste ano, já lançou alguns singles e ainda prepara coisa nova. “Lancei uma música nova, chamada ‘O Tempo Não vai Curar’, que em pouco mais de um mês teve um engajamento muito bom. Por isso, acabando essa semana, vamos entrar em estúdio e gravar três novas músicas”.

Antes da pandemia, o cantor disse que não tinha muita ligação com a internet, mas com as restrições e a falta dos palcos ele teve que se adaptar. Foi aí que viu o quanto a internet tem força, até mesmo na descoberta de novos nomes da música.

“O rock não é aquela música que toca em rádio, mas hoje em dia as pessoas consomem muito internet. Isso justifica o público cantar música de bandas que a gente nem conhece, pois é aí que percebemos a força da internet”, disse Supla.

O cantor, que é filho mais velho dos políticos Marta e Eduardo Suplicy, disse que, neste ano, tentaram até fazer com que ele virasse político. Mas pulou fora da ideia.

“Até lancei uma música sobre isso, dizendo ‘querem que eu seja um político, isso seria quase um suicídio’”.

Supla, cantor
Supla abriu shows do festival. Foto: Lucas Sarzi.

Programação para todos

O Festival Crossroads – Dia Mundial de Rock, foi idealizado por Alessandro Reis, o dono do tradicional bar curitibano Crossroads. Além de celebrar o dia do gênero musical, a ideia do evento é dar luz às bandas e ao seguimento, que por muitas vezes acaba esquecido.

A primeira edição do festival foi em 2018 e, por conta da pandemia, o evento só voltou com todo o gás agora. Neste ano, o festival ainda teve uma comemoração a mais, que foram os 25 anos do bar que dá nome ao evento. “O que pra gente é uma grande celebração depois de dois anos praticamente fechados. Muito importante estarmos celebrando o Dia Mundial do Rock junto com o aniversário de 25 anos do Crossroads”.

O festival, que reuniu milhares de pessoas ao longo do dia, foi um evento com chamariz para que todas as pessoas particiem, inclusive famílias inteiras. No caso da família de Victor Falcão, que estava com o filho Pedro, de dois anos, e a esposa Lívia, foi um momento ainda mais especial.

“Até emocionante, pois foi o primeiro show do Pedro. A gente gosta muito disso, sempre gostou, e foi o primeiro evento que conseguimos levar nosso filho, por conta da pandemia. Para a família foi um ótimo momento”, disse Victor. “Maravilhoso poder inserir a criança na música. Sem contar a alegria de podermos sair de casa agora”, completou a mãe, Lívia Lopes.

Família inteira aproveitou a programação do Festival Crossroads – Dia Mundial do Rock. Foto: Lucas Sarzi.

Durante as quase 20 horas de música, o evento trouxe atrações para todos os gostos e todas as vertentes do rock. Alessandro destacou a importância de dar espaço às bandas locais, principalmente em Curitiba que vive e respira o rock.

“Importantíssimo. No Cross a gente sempre apoiou a cena local, com bandas locais, covers. Curitiba foi muito agraciada nos últimos anos, a gente tem uma gravadora inglesa que está com duas bandas curitibanas. No Cross a gente sempre deu essa oportunidade, o que é super importante para a cena”.

De Curitiba, para o mundo

Entre as bandas curitibanas citadas por Alessandro que estão com contrato com gravadora internacional está a Electric Mob. A banda traz entre seus integrantes o cantor Renan Zonta, que participou de uma das edições do The Voice Brasil, e todos são paranaenses.

“Por isso a gente acha muito massa um festival valorizar as bandas locais. A gente fica muito feliz por ser de casa. Ser convidado é muito massa. É super importante, tem que ter cada vez mais, que tenham muitos outros”.

Renan Zonta, vocalista Electric Mob

Em pouco tempo de história, a Electric Mob já conquistou um público fiel. Inclusive com o som do grupo sendo ouvido por pessoas de fora do Brasil.

“Quando a gente lançou a primeira música, em 2020, não esperávamos que iriamos virar capa do Spotify, as plays iam começar a aumentar, começou a tocar nas rádios lá fora e aconteceu. Despertou interesse na Europa, nos EUA, e agora estamos preparando um segundo álbum”.

Ben Hur Auwarter, guitarrista Electric Mob
Renan e Ben Hur, da Electric Mob. Foto: Henrique Romanine.

O novo disco da Electric Mob está sendo preparado para o final do ano. Segundo o vocalista, o álbum vem carregado de boas expectativas. “Com muito grito, guitarrada, pé no peito. Mas também com muita brasilidade, muito amor, muito carinho. O primeiro trabalho foi muito bem recebido, então nivelamos muito por cima as expectativas do público, botamos tudo que tínhamos nesse segundo álbum”.

Vendo as coisas acontecerem, a banda também já trabalha numa turnê para o ano que vem. E vai quebrar as fronteiras do Brasil também. “A agenda está sendo trabalhada para logo após o lançamento do álbum. Vamos para a Europa, para os EUA, e também aqui no Brasil, claro. O legal é que agora poderemos fazer uma turnê, porque no primeiro disco não pudemos por causa da pandemia”, detalhou Ben Hur.