Desde o começo de sua trajetória musical, ele sempre foi conhecido como um artista que agrega, principalmente no que diz respeito a criar laços musicais. Estamos falando de Michel Teló, que lançou, nesta sexta-feira (16) um projeto que tem a cara dele: com o “Sertanejinho do Teló”, Michel revisita essa sonoridade com releituras de clássicos que gosta de tocar por prazer, que vão de Leandro & Leonardo a Raul Seixas, escolhidos a dedo. Veja a entrevista abaixo.

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Foto: Wirso/Divulgação.

À Banda B, o cantor comentou que o projeto nasceu de uma resenha entre amigos e familiares. Ele enxergou que havia possibilidade de transformar em projeto algo bem íntimo: a festa particular.

“A gente cantando umas modas em casa, em família, com os amigos. Com a minha banda fazendo confraternização, cada um tocando um instrumento, começamos a tocar Legião Urbana, Paralamas, Bob Marley, tudo no batidão, e aí veio a ideia de gravar esse momento de descontração […]. Montamos um estúdio na minha garagem e amos três dias tocando. Aí eu fui fazendo o repertório, o que eu sempre gostei de ouvir quando criança, na adolescência”

contou Michel Teló.

Entre os pot-pourris, Michel Teló mescla nomes improváveis como Cássia Eller e César Menotti & Fabiano, em “Caso Marcado/Malandragem/Dá Um Tempo”, ou Leandro e Leonardo com Só Pra Contrariar, em “Entre Tapas e Beijos/Você Virou Saudade”.

Veja uma das gravações:

Michel Teló reconhece que agregar sempre foi o estilo dele mesmo. E reforçou que esse foi o objetivo por trás da diversão.

“Realmente, desde o Tradição eu sempre gostei muito de misturar, de inovar o som de alguma maneira. Quando a gente tocava o bailão não tinha percussão, tive alegria de trazer isso para o Tradição em 99, no nosso CD ao vivo. A partir daquele álbum virou uma revolução na música sertaneja, porque aquela sonoridade não existia. Sempre gostei de fazer isso, cantar música diferente no show, você pega Fugidinha, que foi meu primeiro sucesso, veio do Rodriguinho e Thiaguinho um pagode que a gente conseguiu fazer um arranjo que casasse com o sertanejo. Eu sempre me senti em casa em fazer isso, sempre curti muito fazer isso”. 

O projeto foi gravado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, cidade de Teló, e mistura um clima intimista com um repertório cheio de sucessos do sertanejo com pop, pagode e rock.

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Foto: Wirso/Divulgação.

Além das regravações, Michel também traz duas novas canções. Uma delas, “Se Eu Tô Querendo Ir”, é uma música que brinca com a relação de casal.

“A música chegou duas semanas antes da gente gravar. São duas músicas,na verdade, e a que a gente está lançando agora na primeira parte tinha tudo a ver. A gente sempre tem que perguntar pra mulher se podemos ir pro futebol, pra sair com os amigos, e dentro dessa brincadeira eu decidi fazer um arranjo e gravar. Todo mundo se conectou com a música, foi instantâneo”. 

Veja a entrevista completa:

Sem preocupação com ‘viralizar’

Em tempos de algoritmos e cantores buscando fazer músicas para viralizar, Michel Teló quis apenas se divertir. Mas ainda assim, não quer que isso também seja encarado como um “manifesto”.

“O ‘Sertanejinho’ é um encontro, uma diversão. Fizemos algo para a gente se divertir e botar para a galera curtir. Gostaria muito que as pessoas sentissem a energia que foi fazer o projeto e gravar. Sem muitas pretensões, compromissos. Não é um manifesto, é mais uma questão de ‘vamos curtir, vamos nos divertir, vamos dar risada’, sem tanta repsonsabilidade”. 

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Foto: Wirso/Divulgação.

Vem turnê aí?

O estilo do projeto abre portas para que Michel Teló crie uma turnê com uma “label”, as famosas festas que têm sido feitas e se tornaram sucesso com Anitta, Thiaguinho e Ludmilla. 

Quando questionado se tem interesse em transformar o “Sertanejinho” em label, Michel Teló disse que tudo vai depender do público.

“Vai muito do que as pessoas sentirem, vai muito da vibração. Vou fazer mais alguns eventos sim do Sertanejinho, ele nasceu de uma coisa muito intimista, então acho que a ideia é algo muito intimista mesmo. A gente já tá planejando, e quero ver o que as pessoas sentem. Conforme a galera for curtindo, quem sabe? Seria muito legal virar uma label. Espero que isso aconteça, porque aí a galera se conectou”. 

Veja mais uma das regravações:

Com mais de 30 anos de carreira na música, Michel Teló comentou que se sente ainda aprendendo. E é feliz com isso.

“A caminhada vai ensinando, eu comecei tocando música regional, vanerão, cada ano, cada baile, cada projeto me fez pegar o feeling. A experiência, o caminhar, vai ajudando a gente. Aprendi bastante durante esses 32 anos, mas eu sinto que estou só no começo, tenho muita coisa para aprender”.

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Foto: Wirso/Divulgação.