A Prefeitura de Curitiba determinou a criação de um Plano Municipal de Combate à Dengue com ações intersetoriais para consolidar e ampliar as estratégias de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Entre as ações previstas, estão a ampliação dos mutirões de recolhimento de resíduos, que vão acontecer duas vezes por semana na cidade.
A decisão foi tomada na reunião realizada nesta segunda-feira (13), na Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que também contou com a participação das secretarias do Governo, da Comunicação Social, do Meio Ambiente e do Urbanismo.
“Nós só vamos vencer esse desafio, esse problema de saúde pública nacional, em conjunto. A Prefeitura está se organizando, está preparada intersetorialmente, mas nós precisamos do apoio das famílias, das pessoas da cidade de Curitiba para, em conjunto, enfrentar essa situação”
afirmou o prefeito Eduardo Pimentel.
De acordo com Pimentel, a ação intersetorial da prefeitura deve ser ampliada também para as secretarias da Educação, de Segurança Alimentar e Nutricional, para o Desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba e de Defesa Social, a FAS, a Guarda Municipal e as istrações regionais.
“Vamos investir em estratégias permanentes de combate à dengue, desde o monitoramento do mosquito transmissor, até ações assistenciais de saúde, mantendo nossos mutirões de coleta, mas reforçando também a sensibilização da população em relação a responsabilidade de cada um neste enfrentamento”
disse.
Proteção
Além de priorizar o combate ao Aedes aegypti, eliminando a água parada, o prefeito reforçou a necessidade de as pessoas adotarem o hábito de usar repelentes para evitar a picada do mosquito infectado.
Segundo Pimentel, haverá ampliação das campanhas de conscientização para a utilização frequente do repelente e, para auxiliar nessa proteção individual, ele anunciou a redução do preço do repelente nos Armazéns da Família, que ará a custar R$ 9,49 nos próximos dias.
A secretária municipal da Saúde, Tatiane Filipak, reuniu sua equipe gerencial para demonstrar a complexidade do enfrentamento à dengue, desde o monitoramento da presença do mosquito Aedes aegypti até as ações de assistência, com um planejamento robusto de retaguarda de atendimento, insumos e atualização permanente de protocolos assistenciais.
Tatiane destacou a importância de contar com o prefeito liderando a mobilização contra a dengue e o trabalho intersetorial para manter a segurança da população, mas destacou a necessidade de o cidadão entrar nessa frente de batalha.
“O mosquito se adaptou e atualmente temos mais casos internos do que importados. O mosquito está em nossas casas e quintais e eu, cidadão, preciso me levantar contra o Aedes e eliminar o risco dentro de casa”
disse Filipak.
Mutirão de recolhimento de resíduos
O primeiro mutirão de recolhimento de resíduos de 2024, organizado em parceria pelas secretarias da Saúde e Meio Ambiente, será realizado na próxima sexta-feira (17), no bairro Cajuru. Os agentes de combate às endemias (ACE) am durante a semana na região onde será realizado o mutirão avisando os moradores sobre a estratégia e o que pode ser descartado. No dia marcado, os caminhões do Meio Ambiente recolhem os materiais inservíveis descartados.
Os mutirões de recolhimento de resíduos são estratégias pontuais e de intervenção diante do acúmulo de materiais nas casas e nos quintais. Curitiba mantém coleta regular de resíduos orgânicos, recicláveis e especiais, dando ao cidadão diversas formas de eliminar entulhos e materiais inservíveis que, além de se tornarem criadouros do mosquito Aedes aegypti, são também ambiente para roedores, insetos, aranhas e outros vetores de doenças.
Em 2024, as secretarias municipais do Meio Ambiente e da Saúde realizaram 89 mutirões, com recolhimento de 1.089 toneladas de resíduos.
Números
Em 2024, foram registrados 17.813 casos de dengue em Curitiba e oito mortes. Foi o primeiro ano em que o número de casos autóctones (em que a contaminação ocorreu na cidade) superou os casos importados (contaminação ocorreu em outros locais). Foram 12.736 autóctones e 5.077 importados em Curitiba em 2024.
Nos primeiros 10 dias de janeiro, Curitiba confirmou três casos importados de dengue e 116 estão em investigação. Apesar do baixo número do momento, a projeção é que 2025 tenha mais registros do que o ano anterior.
Ações de combate à dengue que já são realizadas
- Varreduras casa a casa nas áreas de maior índice de infestação do Aedes aegypti para remoção e tratamento químico de depósitos e criadouros, com orientação aos moradores e responsáveis pelos imóveis.
- Bloqueio de transmissão de casos, com a vistoria nos imóveis num raio de 150 metros a partir do endereço do caso confirmado e a aplicação de inseticida.
- Monitoramento com drones, mosquitraps (armadilhas para mosquitos) e ovitramps (armadilhas para ovos).
- Uso de robô para dar agilidade ao processo de notificação de casos.
- Atuação permanente dos agentes de combate às endemias, responsáveis pelo trabalho de campo da dengue, com o apoio dos agentes comunitários de saúde e técnicos da Vigilância Sanitária.
- Mutirões de recolhimento de resíduos. Em 2024, as secretarias municipais do Meio Ambiente e da Saúde realizaram 89 mutirões, com recolhimento de 1.089 toneladas de resíduos.
- Atividades educativas para a população, com o uso de materiais gráficos e educativos.
- Campanha publicitária, veiculada em todos os equipamentos urbanos e formatos de mídias.