A professora Rosane Maria Bobato morreu após ar mal dentro de uma sala de aula, nesta quinta-feira (5), no Colégio Estadual Santa Gemma Galgani, no bairro Abranches, em Curitiba. Esta é a segunda morte de uma servidora em escola estadual em apenas sete dias.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Rosane se sentiu mal em sala de aula, foi para a coordenação, onde foi acolhida, mas morreu em seguida. A entidade informou que esteve na instituição para entender as circunstâncias do ocorrido e prestar apoio e solidariedade à comunidade escolar e à família da docente.

“Rosane Maria Bobato era professora de Língua Portuguesa e lecionava há mais de 29 anos na rede estadual de ensino do Paraná. Ela também foi diretora do Colégio Estadual Santa Gemma Galgani. A partida da professora Rosane nos comove em um momento de grande consternação e luto pelo falecimento de outra docente, a professora Silvaneide Monteiro Andrade, que morreu nas dependências do Colégio Cívico-Militar Jayme Canet, em Curitiba, na última sexta-feira (30)”, lamentou o sindicato.
O corpo de Rosane Maria Bobato, de 57 anos, será sepultado na tarde desta sexta-feira (6).
O que diz a Secretaria da Educação
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed-PR) lamentou a morte da professora e afirmou que ela chegou a ser atendida na escola, mas acabou não resistindo. A pasta destacou ainda que está prestando e à família e que vai reforçar o programa Bem Cuidar, que busca oferecer atendimento psicológico aos docentes. Veja a nota na íntegra abaixo:
“A Secretaria de Estado da Educação do Paraná manifesta profundo pesar pelo falecimento da professora Rosane Maria Bobato, ocorrido nesta quinta-feira (05), em Curitiba.
Lotada na Escola Estadual Santa Gemma Galgani, a professora ou mal durante o expediente, recebeu atendimento emergencial na unidade escolar, mas acabou falecendo.
A Seed-PR se solidariza com familiares, amigos, colegas e toda a comunidade escolar neste momento de dor, e informa que está prestando todo o e necessário à família da servidora e aos colegas da equipe escolar.
A Secretaria também vai reforçar nos próximos dias o programa Bem Cuidar, de proteção da saúde dos docentes. Um novo protocolo vai promover atendimentos aos professores em todos os municípios, com realização de exames de rotina, e também será implementado um 0800 para acolhimento psicológico e orientações.
A iniciativa vai redobrar os cuidados e a atenção à saúde física e mental dos profissionais da educação. A Secretaria reafirma seu compromisso e preocupação com uma educação humanizada e segura.“
Segundo caso em uma semana
No último dia 30, a professora Silvaneide Monteiro Andrade, de 56 anos, também morreu após sofrer um mal súbito em um colégio de Curitiba. A servidora lecionava Língua Portuguesa no Colégio Estadual Cívico-Militar Jayme Canet.
Segundo a APP-Sindicato, Silvaneide estava dando aula quando foi chamada à sala da equipe pedagógica, onde sofreu um infarto. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu na instituição. A Secretaria da Educação do Paraná disse que a servidora não foi chamada para uma reunião e tampouco repreendida.

“É uma tragédia. Mais uma professora que faleceu neste modelo de educação que acaba pressionando, vigiando. Então, a APP está aqui prestando solidariedade e apoio aos estudantes, professores, funcionários e à família da professora, porque lutamos para que a escola seja um ambiente saudável, seguro, e não um ambiente que leve uma professora a uma situação como essa”, lamentou o Secretário-Geral da APP-Sindicato, Celso José dos Santos.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed-PR) afirmou lamentar a morte da professora e destacou que uma equipe de apoio psicológico esteve na escola para oferecer e aos alunos e servidores. A pasta também declarou que a Polícia Científica irá apurar a causa da morte da educadora.
Além disso, a secretaria afirma que Silvaneide não foi chamada para uma reunião para ser repreendida. No dia do ocorrido, uma técnica pedagógica do Núcleo Regional de Educação (NRE) teria comparecido à escola para realizar acompanhamento e oferecer e a uma outra professora da unidade.