Após seis meses de silêncio, o zagueiro Thiago Heleno abriu o jogo e falou sobre o período que ficou afastado no Athletico até a última terça-feira (4), quando assinou a rescisão de contrato com o clube.
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Ídolo para muitos torcedores, o segundo jogador que mais vestiu a camisa do Furacão, com 380 partidas, revelou detalhes e contou como ficou sabendo que estava fora dos planos do clube para esta temporada, algo que foi decisão exclusiva do presidente Mario Celso Petraglia, que nunca falou diretamente com ele.
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“Muito claro que a decisão foi exclusivamente do presidente. Tomou a decisão em cima de quatro jogadores que ele não queria mais (além de Thiago Heleno, Fernandinho, Pablo e Nikão). Nunca tive uma conversa diretamente com o presidente, mas respeitei a decisão. A conversa foi com o Márcio Lara (diretor financeiro) e o Rodrigo Possebon, que hoje está como diretor. Eles queriam que eu saísse o quanto antes, até pela questão salarial, mas eu precisava pensar exclusivamente na minha família”, afirmou, em entrevista à RPC.
Frustração, incômodo e rótulo de eiro no Athletico
Capitão em conquistas importantes, como as duas Copa Sul-Americanas, de 2018 e 2021, além de quatro estaduais, o General não escondeu que ficou incomodado com a decisão da diretoria, principalmente por ter um contrato válido.
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“Eu fiquei chateado pela forma que foi conduzida a situação. A gente fez muito pelo clube e tinha que ter sido diferente. O povo tem que entender que por trás disso tudo, tinha um contrato assinado. Eu fiz por onde ter esse contrato”, revelou ele, que não gostou de ser taxado de eiro e apontado como responsável pelo rebaixamento.

“Ouvi que eu teria formado a a e gerou demissões. Uma coisa que me deixa chateado é essa tal de a, que nunca existiu. Claro que dentro de um clube de futebol, quando contrata sete, oito, dez gringos, natural que eles vão ficar juntos. É a mesma coisa com a gente, só que quando chegava no vestiário, não tinha isso. E isso é em todos os clubes. Ele (Petraglia) fala que a gente fez uma a contra os gringos, não tinha motivo. Usaram isso para abafar um pouco o momento do Athletico“, disse Thiago Heleno.
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“Eu tenho minha parcela gigantesca, poderia ter tentado fazer outra coisa, mas não sei o que era. Só queria treinar, jogar e sair daquela situação. O que me deixa chateado foi colocar nas costas do Thiago pelo rebaixamento. Eu fiz tudo diferente, tenho culpa igual todo mundo, mas não posso carregar esse peso sozinho. Isso me deixou muito chateado, tentei fazer coisas boas”, reclamou o zagueiro, que itiu que a ausência de Petraglia no dia a dia, por questões de saúde, também pesou.
Briga com Cuca e futuro definido
Outro momento que ficou marcado em 2024 foi o fato de ele ter sido considerado um dos responsáveis pela demissão do técnico Cuca. Thiago Heleno explicou o que aconteceu e que no fundo tudo não ou de um mal entendido, por ele ter usado as palavras erradas.
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“Eu não sei exatamente porque o Cuca não quis ficar. Quando ele chegou, ele era a estrela do centenário, o time vinha jogando bem, mas não sei qual foi a conversa dele com o presidente. No dia a dia, ele pedia algumas contratações e para deixar bem claro, eu adoro o Cuca, me dava bem com ele. Quando aconteceu o episódio, eu falei com ele no dia seguinte. Nós vínhamos de três empates no último minuto. Chega no vestiário e algumas pessoas de cabeça quente e aí o Paulo Miranda cobrou. Mas tem treinador que às vezes aceita, como também não aceita. Foi um episódio simples“, detalhou.
“Nisso o Cuca falou que se fosse assim ele preferia sair e que viesse um outro treinador. Mas achei que ele tava de cabeça quente, saímos e vimos a matéria que ele pediu para sair. Se foi por esse momento ou por estar cansado de pedir reforços que foram prometidos para ele”, acrescentou o defensor, que itiu que a sua entrevista após a derrota por 2×0 para o Cruzeiro também ajudou nessa confusão.

“Eu nunca briguei com o Cuca, sempre fui muito educado com ele. Mas eu tava sendo apedrejado a semana inteira, como se fosse o culpado. Acabou o jogo, a imprensa veio para cima de mim e eu quis rebater. Eu conversei com o Cuca e pedi desculpas por ter usado o termo “pular do barco” de forma errada“, completou.
Agora, o General seguirá seu caminho longe do Athletico. Depois da rescisão do contrato, o zagueiro acertou sua transferência para o Paysandu, pelo qual foi confirmado nesta quinta-feira (6) com vínculo até o fim de 2026. Nestes seis meses, aproveitou para cuidar da forma, recuperar de um problema no ombro, para quando tivesse a oportunidade retornar 100%.