Após o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) definir a data de liberação de Alef Manga para voltar a atuar no Coritiba, o jogador se manifestou nas redes sociais. Aguardando o dia 26 de setembro, quando estará totalmente apto a jogar, o camisa 11 alviverde destituiu o advogado Jeffrey Chiquini, que em dois períodos atuou em sua defesa. E uma parceria que se considerava sólida desmoronou após a apreciação do caso no tribunal.

Quando da denúncia contra Alef Manga, ele e seus representantes contrataram Chiquini, mas este rapidamente abandonou o caso alegando “motivo de foro íntimo e escusa de consciência“. Manga acabou confessando que recebeu dinheiro para levar cartões amarelos, configurando a manipulação de jogos no esquema comandado por apostadores em Goiás. O atacante do Coritiba foi suspenso por um ano no STJD no final de julho de 2023.

Mas o Coritiba, então comandado por Carlos Amodeo como CEO e Artur Moraes como executivo de futebol, decidiu emprestar o jogador para o Pafos, do Chipre. E é justamente o período em que ele esteve na Europa que foi colocado pelo STJD como definitivo para que ele tenha que cumprir a suspensão até o final de setembro. Numa reviravolta, em junho Chiquini voltou à defesa de Alef Manga, um movimento que provocou um terremoto no Coxa.

Pressão coordenada

Contando com um lobby forte nas redes sociais, com apoio de influenciadores, o advogado defendia a tese de que a pena tinha terminado em 25 de julho. A diretoria do Coritiba à época tinha três vertentes: o CEO Carlos Amodeo apoiava esse retorno; os advogados pregavam cautela e os dirigentes Paulo Autuori e William Thomas queriam negociar Alef Manga. Com postagens e declarações polêmicas, Jeffrey Chiquini colocou parte da torcida contra Autuori, e este contra Amodeo.

O resultado foi a queda de Amodeo, e logo depois de Autuori. Chegou-se a especular o nome do advogado como CEO do Coritiba, tal o ponto em que o lobby a favor dele e de Alef Manga aumentou. A gestão de Gabriel Lima, que assumiu no lugar de Amodeo como CEO, preferiu a cautela dos advogados. Já Chiquini vez por outra ia às redes sociais e aos microfones apresentar documentos que, segundo ele, permitiam o retorno de Manga. O atacante entrava na onda e tumultuava ainda mais a situação.

Coritiba sob risco

O certo é que parte da torcida comprou o plano do advogado, tanto que houve reações nas redes sociais criticando o Coritiba e defendendo o advogado, sendo que a tese dele acabou sendo errada. E caso o Coxa utilizasse Alef Manga desde o dia 25 de julho até o dia 25 de setembro (entre a pretensa liberação e a liberação de fato), o clube poderia perder até 33 pontos. Como o STJD deixou claro no julgamento desta quarta-feira (28), o atacante estaria jogando irregularmente, a cada jogo que ele atuasse o Alviverde perderia três pontos, com qualquer resultado. Punição que praticamente rebaixaria o Coritiba.

E esta situação foi alegada por Alef Manga em seu anúncio de afastamento de Jeffrey Chiquini. Ele agradeceu à família e aos seus representantes, “por sempre falarem a verdade e nunca tentarem me iludir com falsas promessas“. O jogador do Coritiba também publicou que a “decisão foi motivada pelo descontentamento com a condução do caso ao longo do tempo sem que o principal objetivo, a conversão da pena, fosse alcançado”. Chiquini também divulgou nota, afirmando que não se arrepende de seu trabalho e desejando “sorte ao jovem Alef Manga”.

Veja as manifestações de Alef Manga e Jeffrey Chiquini

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