
Tratada como “salvação” do Paraná Clube, a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Tricolor “não faz sentido”, segundo afirmou o diretor-geral da SAF do Botafogo, Thairo Arruda. A sua opinião foi dada nesta quarta-feira (6), durante palestra no Brasil Futebol Expo 2022.
Braço direito do empresário americano John Textor, que comprou 90% das ações da SAF do Fogão e é hoje dono do Alvinegro carioca, Arruda afirmou que há clubes hoje no Brasil que, embora disponíveis aos investidores, não possuem atrativos.
“Alguns clubes não são bons investimentos. A SAF veio salvar, mas por que ninguém compra o Paraná ou a Portuguesa, que estão à venda há muito tempo? Porque não faz sentido”, iniciou, em declarações reproduzidas pelo site da ESPN.
“O Paraná caiu de divisão no Estadual, gera zero receita quase. (Se) fosse fazer fluxo de caixa, vai ver que o clube vale R$ 7 ou 10 milhões e tem R$ 130 milhões de dívida (segundo o mais recente balanço, a dívida é maior: R$ 155 milhões). Não existe. Um investidor profissional olha isso e não entra”, completou.
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Modelo ‘ideal’
Ainda em cima do mesmo tema, Arruda defendeu investir em um time como o Criciúma, que hoje está na Série B do Brasileirão.
“O Criciúma não tem dívida. Acho um fantástico investimento. Você pode colocar R$ 100 milhões no Criciúma porque não tem dívida. Porque do jeito que está hoje, sozinho, não vai subir de forma competitiva”, destacou ele, em raciocínio semelhante ao já externado pelo presidente do Athletico, Mário Celso Petraglia.
O diretor da SAF botafoguense ainda alertou sobre quem pensa que a SAF possa ser a “tábua de salvação” para todo e qualquer clube. De acordo com ele, isso está longe da realidade, sobretudo pelos múltiplos cenários e acordos possíveis que podem dar muito certo, ou muito errado.
No caso paranista, a SAF já foi alvo de discórdia na Justiça, por conta dos dados da entidade do Paraná estar vinculada no mesmo endereço de uma associação que visava arrecadar recursos para o clube durante a disputa da Série D do Brasileirão. Tal situação fez com que o presidente Rubens Ferreira fosse multado em R$ 18,7 mil, podendo ter seus bens bloqueados.
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Recuperação e futuro
O Paraná segue em processo de recuperação judicial e, em breve, deve ser divulgado o edital para que seja realizada a Assembleia Geral de Credores, o fundamental para o Tricolor organizar as suas finanças e tentar se reerguer. A questão, se aceita na Justiça, também pode auxiliar na busca por investidores.
Dentro de campo, o Paraná só volta a campo em abril de 2023, quando começa a Divisão de o do Campeonato Paranaense.