Há onze dias foram divulgados os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados foram melhores para Curitiba e Paraná. A capital paranaense subiu da quarta para a terceira colocação entre as capitais no ensino fundamental. Já o estado é o quarto colocado quando se fala nos anos escolares iniciais.

De acordo com diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino Acedriana Vogel, uma evolução na qualidade do ensino já era esperada com relação a 2019 (período pré-pandêmico). “Estamos comparando as possibilidades de aprender fora da escola com os recursos que as famílias tinham em casa, com a potência que é aprender na escola, interagindo com os colegas e professores”, diz.
O Ideb mede qualidade do ensino com base em dados sobre aprovação e desempenho escolar obtidos em provas de língua portuguesa e matemática do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Instituto de Pesquisa Anísio Teixeira (Inep).
Nos resultados divulgados no último dia 16, Curitiba registrou Ideb de 6,0 nos anos escolares iniciais e ficou à frente de grandes cidades, como Belo Horizonte (5,8), São Paulo (5,7) e Rio de Janeiro (5,8), e das duas outras capitais do Sul, Florianópolis (5,9) e Porto Alegre (5,2).
No Paraná, os resultados foram animadores. O estado ou do 3º lugar, no período pré-pandêmico, para o 1º em relação ao ensino médio – com pontuação de 4,4 para 4,6. No ensino fundamental, houve queda na comparação com o mesmo período.
O estado caiu de 3º para 4º lugar, com 5,2, em 2021, diante dos 5,1 alcançados em 2019.
“Se havia alguém que duvidava do valor da escola antes da pandemia, creio que não duvida mais. Não há como negar o trabalho dos professores e da família. Estaríamos em condições muito piores se não tivéssemos feito o que foi feito”, afirma
Para a especialista, o trabalho é longo para que o ensino retorne aos patamares pré-pandemia.
Lacunas da aprendizagem
Acredriana destaca que o período de pandemia controla exige de escolas, estudantes e familiares, um planejamento detalhado para garantir um bom desempenho no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, segundo educadores, a melhor abordagem para esse desafio é, mais que a recuperação dos conteúdos, sua recomposição.
“Recomposição não é recuperação de aprendizagem, porque ninguém recupera o que nunca teve. Recuperar implica algo que foi desenvolvido e que precisa ser reforçado. Esse não é o caso. Temos estudantes que não desenvolveram habilidades essenciais esperadas para aquela etapa da vida escolar. Portanto, não há o que recuperar, mas sim desenvolver”, diz
A educadora ressalta que o primeiro o é saber identificar o que o estudante sabe e comparar com o que ele deveria saber. “Mapear isso é fundamental para desenhar um plano de priorização, identificando o que é essencial e indispensável e o que é complementar e pode ser trabalhado na sequência”.