O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou no início da tarde desta sexta-feira (25) em Roma e cumpriu sua única agenda oficial do dia em cerca de meia hora, uma breve visita ao velório do papa Francisco. O Vaticano viabilizou a visita da delegação de alguns países em uma espécie de circuito VIP, que permitia minutos ao lado do caixão, em distância bem mais próxima do que a concedida ao público em geral.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Também prestaram as últimas homenagens ao pontífice autoridades como o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Hungria, o populista Viktor Orbán.

Lula lidera uma comitiva de 18 pessoas na capital romana, composta pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, os presidentes de STF, Câmara e Senado, ministros e um grupo de parlamentares.

Todos acompanharam o presidente na breve visita à Basílica de São Pedro. A ex-presidente Dilma Rousseff, que está em Roma na qualidade de presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do Brics, aderiu ao grupo.

No portão principal da embaixada brasileira, que está embalada para uma reforma da fachada com um publicitário da grife Prada, dezenas de brasileiros aguardavam a saída do presidente junto com os jornalistas.

Luís Roberto Barroso, presidente do STF, um dos poucos a se arriscar pela rua, foi aplaudido pelo grupo. Pouco depois, um coro gritando “sem anistia” foi puxado, em referência à ofensiva em gestação no Congresso para perdoar os condenados pelo ataque às sedes dos Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Lula frustrou os apoiadores, porém, ao deixar o prédio sem ser percebido entre os diversos veículos da comitiva. Na volta, a chegada de seu carro, destacada por seguranças que o acompanhavam a pé, foi enfim festejada, mas de novo o presidente e Janja não puderam ser vistos através dos vidros escurecidos.

A assessoria de imprensa da Presidência chegou a marcar um encontro de Lula com jornalistas na embaixada, mas a reunião acabou cancelada. Não houve explicação oficial para o cancelamento, mas assessores chegaram a dizer que a viagem havia sido cansativa. Também segundo assessores, o presidente não tinha nenhum compromisso oficial em sua agenda, salvo eventuais reuniões com o pessoal da representação.

Lula e Janja estão hospedados na embaixada. Outros integrantes da comitiva estão espalhados por Roma, que vive um fim de semana de hotéis, restaurantes, bares e ruas lotados por peregrinos do Jubileu, evento católico que ocorre a cada 25 anos, além de turistas e fiéis que vieram a Roma exclusivamente para o enterro.

Neste sábado (25), durante a missa do funeral, apenas Lula, Janja, Barroso e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, terão assento no espaço das autoridades, instalado à frente da basílica. O restante da comitiva deve acompanhar o evento de outros setores.
Lula embarca para o Brasil logo após o término da missa, sem nem sequer voltar para a embaixada, que fica a cerca de 1,5 km do Vaticano.