O Brasil é reconhecido mundialmente por ser um país de excelência quando se trata de vacinação em massa. O Programa Nacional de Imunizações nasceu em 1973 e desde 1990, quando o ex-ministro Alceni Guerra, paranaense de Pato Branco, implantou as multivacinações, o nosso país foi campeão mundial por 30 anos seguidos. União, estados e municípios trabalharam conjuntamente para levar saúde para 100% dos brasileiros.

Mas a pandemia da covid acabou abalando esse casamento de sucesso. A União, do presidente Jair Bolsonaro, bateu cabeça na gestão da crise com três ex-ministros da Saúde. Mandetta, político de carteirinha, deixou a mosca do poder morder a sua pele, e ou a pensar mais em eleições do que em realizações. Caiu do Ministério por brilhar mais que o seu presidente. O médico Nelson Teich ficou menos de 30 dias e saiu por não concordar com os negacionistas, que colocaram no seu lugar o general Pazuello, um militar de competência questionável e responsável direto por um caos que custou a popularidade de Bolsonaro.

O quarto ministro da Saúde que tenta vencer a pandemia parece que está conseguindo colocar o bonde nos trilhos. Marcelo Queiroga, médico cardiologista, tem se mantido fiel à ciência sem bater de frente com a turma do contra, que são aqueles radicais que vivem dando palpite no ouvido do presidente. O ministro conseguiu implantar um ritmo de vacinação de dar inveja aos países ricos, em apenas um dia, quase dois milhões e meio de brasileiros conseguiram a imunização. Nas próximas semanas o Brasil deve bater 70% dos seus 220 milhões de habitantes com a primeira dose. Os casos de contágio estão diminuindo apesar da tal variante Delta estar praticamente em todos os estados brasileiros.

O ministro fez ainda o anúncio oficial de que o Brasil vai aplicar a terceira dose em todos os brasileiros. Isso será possível graças à compra de 400 milhões de doses da vacina da Pfizer e outros tantos milhões de doses da AstraZeneca. Bastou esse anúncio para começar a politicagem de sempre. O governador de São Paulo, João Dória, disse que vai começar a vacinar antes, usando a sua vacina da Coronavac, que ao contrário das outras duas vacinas, não possui estudo sobre a aplicação da terceira dose. Todo mundo sabe que as eleições presidenciais do ano que vem já começaram. Todos querem tirar Bolsonaro do poder. Alguns torcem pelo pior, inflação, crise econômica, piora da pandemia, mais queimadas, menos chuva e racionamento de energia.

O Brasil só não vai pra frente porque parte da classe política pensa apenas em se perpetuar no poder ao invés de trabalhar para que os brasileiros sejam poderosos, que tenham prosperidade, educação e principalmente saúde.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Banda B.


Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná e pós graduado em gestão pela Fundação Getúlio Vargas. Tem agens por diversos veículos de comunicação, como TV Bandeirantes, TV OM (hoje CNT) e Gazeta do Povo, onde permaneceu por 11 anos.