Terminamos esta semana de Páscoa com um discurso simbólico do presidente Jair Bolsonaro. Da sua forma, à maneira de capitão de se expressar, e dentro das suas limitações pessoais, o presidente retrocedeu.

Fez um discurso que agradou muita gente, alguns até entre os seus opositores, que demonstraram consideração ao se manterem calados.

Os aços, que a televisão insiste em mostrar de maneira provocativa, estão se tornando chatos e a cada dia diminuindo de audiência.

Parte da população brasileira já entendeu que, além do isolamento, se formos solidários e nos unirmos, conseguiremos sair dessa crise melhores. Os chatos, os terroristas políticos, e os ideólogos de diversas cores vão continuar nessa guerra Contra x A Favor, que já demonstrou não levar a lugar nenhum.

Foto: Rafael Carvalho

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobreviveu à crise da semana. Bolsonaro se aconselhou com os seus ministros militares, com alguns políticos e com os ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes, e adiou a demissão de Mandetta para depois do período de pico da doença.

Nessa queda de braço perderam os olavistas e os filhos de Bolsonaro. Grupo mais radical, responsável pelas ações e declarações infelizes do presidente, e considerados os responsáveis pela sua queda de popularidade: 17% das pessoas que votaram em Bolsonaro já estão arrependidas, segundo a última pesquisa de opinião do Instituto DataFolha.

Ouvir conselho não mata ninguém. Ter humildade ao escutar uma opinião contrária à sua, também não mata ninguém. Mudar de opinião diante de novos fatos também não é sinal de fraqueza, muito pelo contrário, é sinal de maturidade e de sabedoria.

Quem sabe nesta semana o presidente Jair Bolsonaro tenha tido um momento de iluminação, afinal de contas estamos na Páscoa, época da Ressurreição de Cristo. Talvez ele tenha percebido que ao invés de nadar contra a maré, nada melhor que seguir o vento até uma enseada onde o navio estará protegido da tormenta. Afinal de contas até que provem o contrário o leme desta embarcação está em suas mãos. Nas mãos do capitão Jair Bolsonaro. Apenas lembrando que Bolsonaro é capitão do Exército e não da Marinha, e talvez não saiba pilotar este navio chamado Brasil.

O povo brasileiro tem que ficar atento à uma coisa, tem muito governador, deputado e senador, políticos em geral, usando o coronavírus como palanque eleitoral. Espero que todo mundo consiga identificar essa gente e no momento certo dar a resposta para eles nas urnas, deixando-os sem voto.

 

Alexandre Teixeira
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná e pós graduado em gestão pela Fundação Getúlio Vargas. Tem agens por diversos veículos de comunicação, como TV Bandeirantes, TV OM (hoje CNT) e Gazeta do Povo, onde permaneceu por 11 anos.