Flávia Regina Mizerski, mãe da adolescente grávida desaparecida Isis Victoria, saiu do coma e apresenta um quadro de saúde estável, segundo o Hospital do Rocio, onde ela está internada desde o último dia 22. A paciente foi transferida para a unidade hospitalar de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, após sofrer crises convulsivas.
Em nota, a assessoria do Hospital do Rocio disse à Banda B que Flávia “melhorou a parte cognitiva, reconhece as pessoas”, mas ainda depende de um fluxo menor de oxigênio. A mãe de Isis chegou a ser intubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido ao quadro grave. Ela sofria pelo menos uma convulsão a cada 13 minutos, segundo a família.
Na última quinta-feira (10), o hospital informou à reportagem que Flávia já não apresentava mais episódios convulsivos e seguia internada após uma traqueostomia — procedimento cirúrgico que permite a respiração através de uma abertura na traqueia. Naquele dia, ela estava respirando com auxílio de oxigênio e já não estava mais intubada.
O Hospital do Rocio não informou, contudo, a causa das crises convulsivas.
Novas pistas sobre o desaparecimento
A Polícia Civil afirmou, no dia 1º de abril, que iria investigar novas informações sobre o possível paradeiro do corpo de Isis Victoria Mizerski. A informação foi confirmada pela corporação à Banda B. O caso seguia sem atualizações nesta terça-feira (15), conforme a corporação.
De acordo com o órgão, seriam feitas “diligências para verificar a informação”. A Polícia Civil confirmou ter recebido relatos que poderiam ajudar a localizar o corpo da jovem.
Isis Victoria Mizerski desapareceu durante uma gestação, aos 17 anos, no dia 6 de junho de 2024, em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. Marcos Vagner de Souza, que é réu pelo assassinato da jovem mesmo sem o corpo dela ter sido localizado, teria se encontrado com ela pouco antes do sumiço.
A Polícia Civil concluiu que a adolescente foi assassinada por Marcos. Ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, dissimulação e feminicídio, aborto sem o consentimento da gestante e ocultação de cadáver.
“Durante as diligências, a Polícia Civil realizou 36 oitivas, além de analisar câmeras de segurança e conversas que indicam que o indivíduo não aceitou a gravidez e buscou opções para que a menina fizesse um aborto”, informou o órgão em agosto do ano ado.
O juiz João Batista Spanier Neto decidiu que Marcos irá a júri popular pelos crimes. A data do julgamento ainda não foi definida. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público do Paraná, que já havia feito uma solicitação para que o réu fosse levado a julgamento no Tribunal do Júri.
Acusado pede transferência
Marcos Vagner de Souza, réu pelo assassinato da adolescente, escreveu uma carta na prisão pedindo transferência para Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. O acusado está preso preventivamente desde julho de 2024 em um presídio de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e enviou a carta para o programa Balanço Geral, da RICtv.
A Polícia Penal do Paraná afirmou à Banda B na segunda-feira (31) que a carta atribuída a Marcos não saiu da unidade prisional pelos trâmites oficiais e, por isso, sua veracidade não pode ser confirmada.
Na carta, Marcos Vagner alega temer por sua segurança e justifica o pedido de transferência com base no fato de que possui familiares na região de Francisco Beltrão. Ele também declara ser inocente das acusações que pesam contra ele no caso de Isis, afirmando que não há provas concretas e que as denúncias foram fabricadas por familiares envolvidos emocionalmente com a situação.
“[…] Nesta unidade prisional não tenho possibilidade de convívio e me encontro em regime de solitária. Vale ressaltar as autoridades e ao Poder Público, que não podem garantir a minha segurança, uma vez que não tem estrutura, por fim declaro que caso venha acontecer algo comigo é de total responsabilidade da istração [sic]”, escreveu ele.
Marcos afirma ser alvo de xenofobia e vítima de preconceito e perseguição por parte da imprensa, pois, segundo ele, não há provas que o apontem como o responsável pelo assassinato e desaparecimento de Isis.
A Banda B questionou à polícia se a origem da carta será investigada, e o órgão afirmou que o Conselho Disciplinar da unidade está analisando a situação.