A tragédia que vitimou o empresário Marcos Lazario, 49 anos, e envolveu 11 veículos, incluindo o ônibus desgovernado, continua a mobilizar as autoridades e a sociedade. O acidente, ocorrido no dia 13 de dezembro de 2024, ainda é investigado pela Polícia Civil. Nesta quinta-feira (20), o advogado da família de Marcos foi até a Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) para cobrar agilidade no processo.

O acidente aconteceu no cruzamento das avenidas Presidente Arthur da Silva Bernardes com Iguaçu. Marcos tinha saído da churrascaria, que fica a cerca de 750 metros do local da colisão.
Conforme o advogado Celso Saldanha, da família do empresário, o laudo preliminar do acidente saiu recentemente. O documento apontou que o ônibus estava em alta velocidade quando perdeu o controle, causando o acidente fatal.
De acordo com o advogado, a apuração ainda precisa esclarecer a fundo o que ocorreu com o sistema mecânico do ônibus.
“Esse laudo preliminar já veio, ele apontava a velocidade do ônibus, apontou também a dinâmica em que ocorreu o acidente. Então, o aguardo agora é quanto ao laudo do ônibus em si, a parte mecânica, que a delegacia está no aguardo para finalizar o inquérito”
disse Celso Saldanha.

A investigação revelou que o ônibus havia sido reparado recentemente, mas a questão central agora gira em torno do que causou a falha nos freios do veículo. Segundo o advogado, o mecânico que liberou o veículo de seguir viagem foi ouvido pela delegacia, mas o advogado levanta a possibilidade de que novas investigações sejam necessárias para entender as causas do colapso.
“Esse ônibus, teoricamente, teria sido consertado lá no local. Teria que saber qual realmente foi o motivo, qual foi a peça, se houve troca de peça errada, algum fato que a própria mecânica possa apontar no laudo técnico do ônibus”
destacou o advogado.

A dinâmica do acidente e as repercussões para a segurança pública também foram abordadas por Saldanha, que enfatizou o impacto que o ocorrido teve na sociedade.
“Veja bem, não só a família aguarda uma solução, mas também a própria sociedade. O acidente, da forma que ocorreu, como aconteceu infelizmente com Marcos, poderia ter acontecido com qualquer cidadão de Curitiba naquele momento, naquele local. Então a família entende que não foi um simples acidente, foi realmente uma tragédia que poderia ter acontecido com qualquer pessoa, com qualquer um, e que foi muito mais do que um acidente”
afirmou Celso.

Os questionamentos sobre a liberação do ônibus para viagem sem a devida verificação também estão no centro das investigações. O advogado afirmou que o veículo deveria ter sido guinchado antes de seguir viagem.
“O ônibus estava acima da velocidade porque simplesmente ele perdeu os freios e desceu a rua sem controle algum. Agora, o que a gente tem que saber é o porquê que esse veículo se encontrava sem freios. Esse ônibus apresentou um problema que deveria ter sido guinchado, porque o sistema de ar está relacionado ao freio, e ele não foi guinchado. Se seguiu viagem de uma forma totalmente irresponsável”
relatou Saldanha.
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A pressão pela resolução do caso é grande, e a família de Marcos Lazario busca uma conclusão rápida do inquérito.
“A família precisa de uma resolução, ela precisa de uma finalização do inquérito, para que se apontem os culpados e para que seja feita a Justiça. A família sempre vai acreditar na Justiça”
disse o advogado, reafirmando a confiança no sistema judicial.
O inquérito segue em andamento, e a população de Curitiba aguarda respostas sobre a verdadeira causa do acidente. A expectativa é de que, com a conclusão das investigações, os responsáveis pela tragédia sejam punidos. A Banda B procurou a Polícia Civil e aguarda retorno.

Mecânico envolvido em acidente
Na semana ada, ganhou repercussão o acidente que matou um idoso, de 69 anos, após ser atropelado na calçada no bairo Santa Quitéria, em Curitiba. Isso porque o motorista que atingiu o idoso era o mecânico que liberou para seguir viagem o ônibus que causou acidente com a morte do empresário.
Everaldo Lima Lins, o motorista do carro que atropelou o idoso, foi preso no local do acidente, após ar pelo teste do bafômetro, que constatou 1,48 mg/l de álcool no sangue. Apesar disso, o motorista foi solto dois dias depois, através de um alvará de soltura expedido pela Justiça.
“Os dois fatos não têm uma relação direta um com o outro. Foi uma coincidência trágica. O mecânico que liberou o ônibus já foi ouvido aqui pela delegacia, não sei se ele novamente vai ser ouvido ou não. Tem alguns outros pontos de questionamento, de contradição, do próprio inquérito, mas isso cabe ao delegado avaliar”
desabafou o advogado da família do empresário morto.