Familiares e amigos do motorista de aplicativo Gustavo da Silva Xavier, de 29 anos, que morreu baleado por um policial de folga há uma semana, no bairro Portão, em Curitiba, vão fazer uma homenagem a ele nesta quinta-feira (24). Após a missa de sétimo dia, todos sairão em caminhada, em forma de manifestação, para pedir pro Justiça.
O crime aconteceu na Avenida República Argentina, por volta das 22h30 de quinta-feira (17). O policial militar, lotado no Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), alegou que estava sendo perseguido e, quando parou o carro, foi abordado com agressividade por Gustavo, por isso atirou.
Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. Apesar de não ser possível ver o momento do disparo, as imagens mostram que os dois saíram dos veículos. Após ar um ônibus, Gustavo já estava morto no chão.
Em entrevista ao Balanço Geral, da RICtv, a mãe de Gustavo, Neuvani Silva Pedro Xavier, disse que todos os pertences do filho foram entregues, menos o celular e o veículo. Segundo Neuvani, o aparelho celular não está com a polícia.
Manifestação com homenagem
A missa de sétimo dia de Gustavo vai ser na Igreja do Portão, com início às 19h. Após isso, todos vão sair em manifestação.
A esposa de Gustavo, Jéssica Prado, informou que o objetivo da manifestação é pedir por Justiça. Mas todos vão caminhar pacificamente, com velas e flores.
“A gente vai fazer uma homenagem pro Gustavo, da igreja do Portão até o local onde assam ele. O local onde o policial assassinou o Gustavo. Quem quiser tá levando flores, tá levando vela”
comentou Jéssica Prado, esposa do Gustavo Xavier.
Segundo Jéssica, a família busca esclarecer o que de fato aconteceu no dia do crime.
“Vamos fazer essa caminhada na busca de Justiça pelo Gustavo, por tanta mentira que houve ali na parte desse PM, por tanta injustiça em querer talvez mudar os fatos das coisas da forma certa que ocorreu, que nós estamos na luta e vamos conseguir provar isso. Eu conto com todos por essa caminhada, por homenagem e Justiça pelo Gustavo”.
desabafou a mulher.
Apuração
A Banda B entrou em contato com a Polícia Militar (PM) para saber mais detalhes da investigação e informações sobre a situação do celular da vítima. Em nota, a corporação informou que foi instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos.
Sobre a suposta irregularidade, a PM disse que o tema somente pode ser abordado “após a conclusão do IPM, sob possibilidade de cometer uma ilegalidade pois pela constituição é garantido o princípio do devido processo legal e que dele decorre a presunção de inocência ou seja somente após a conclusão do processo para pronunciar se houve ou não desvio de conduta.”
Além disso, informou que “não há justa causa para a afastamento do policial militar nessa fase processual”. Por isso, não há motivação para decretar prisão no momento.
