A Polícia Civil vai investigar novas informações sobre o possível paradeiro do corpo de Isis Victoria Mizerski, adolescente grávida desaparecida desde junho de 2024. A informação foi confirmada pela corporação à Banda B nesta terça-feira (1º).
De acordo com o órgão, serão feitas “diligências para verificar a informação”. A Polícia Civil confirmou ter recebido relatos que podem ajudar a localizar o corpo da jovem. Caso a veracidade das informações sejam confirmadas, um novo inquérito poderá ser aberto.

Isis Victoria Mizerski desapareceu durante uma gestação, aos 17 anos, no dia 6 de junho de 2024, em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. Marcos Vagner de Souza, que é réu pelo assassinato da jovem mesmo sem o corpo dela ter sido localizado, teria se encontrado com ela pouco antes do sumiço.
A Polícia Civil concluiu que a adolescente foi assassinada por Marcos. Ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, dissimulação e feminicídio, aborto sem o consentimento da gestante e ocultação de cadáver.
“Durante as diligências, a Polícia Civil realizou 36 oitivas, além de analisar câmeras de segurança e conversas que indicam que o indivíduo não aceitou a gravidez e buscou opções para que a menina fizesse um aborto”, informou o órgão em agosto do ano ado.
O juiz João Batista Spanier Neto decidiu que Marcos irá a júri popular pelos crimes. A data do julgamento ainda não foi definida. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público do Paraná, que já havia feito uma solicitação para que o réu fosse levado a julgamento no Tribunal do Júri.
Mãe da adolescente intubada
Flávia Regina Mizerski, mãe de Isis, está internada e intubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Rocio, em Campo Largo, após sofrer uma série de crises convulsivas. O quadro de saúde da mãe da jovem seguia estável até quinta-feira (27). A família dela decidiu criar uma vaquinha para arcar com custos básicos durante a estadia dela no hospital (veja abaixo como ajudar).
Rodrigo Mizerski, irmão de Flávia, afirmou à Banda B — cinco dias após a internação — que a vaquinha irá ajudar a família a cobrir os custos com medicamentos, higiene e o sustento de seus três filhos menores. Devido ao quadro de saúde, Flávia, que sempre trabalhou vendendo lanches e salgados, está impossibilitada de seguir com suas atividades, e a situação financeira se tornou ainda mais delicada.

Rodrigo mencionou que, apesar de já estarem recebendo ajuda de amigos e familiares, a vaquinha será crucial para manter as contas em dia e dar o e necessário à família. “Na verdade, foi pensado com os irmãos da igreja e pessoas próximas o ‘Pix solidário’. O que sentir no coração, desde R$ 1 a uma oração, já é de grande importância”, disse ele.
Flávia Regina chegou com um quadro grave no Hospital do Rocio, já que ou a apresentar uma convulsão a cada 13 minutos. A intubação em casos de crises convulsivas pode ser necessária quando as convulsões ocorrem de forma repetida e prolongada, o que caracteriza um estado de mal epiléptico. Nesses casos, o paciente pode apresentar um quadro de falta de oxigenação no cérebro, instabilidade hemodinâmica e risco de parada respiratória.
Para contribuir com qualquer quantia via Pix, utilize a chave (42) 9 9992-0888, em nome de Rodrigo Mizerski, irmão de Flávia.
Acusado pede transferência
Marcos Vagner de Souza, réu pelo assassinato da adolescente, escreveu uma carta na prisão pedindo transferência para Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. O acusado está preso preventivamente desde julho de 2024 em um presídio de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e enviou a carta para o programa Balanço Geral, da RICtv.

A Polícia Penal do Paraná afirmou à Banda B na segunda-feira (31) que a carta atribuída a Marcos não saiu da unidade prisional pelos trâmites oficiais e, por isso, sua veracidade não pode ser confirmada.
Na carta, Marcos Vagner alega temer por sua segurança e justifica o pedido de transferência com base no fato de que possui familiares na região de Francisco Beltrão. Ele também declara ser inocente das acusações que pesam contra ele no caso de Isis, afirmando que não há provas concretas e que as denúncias foram fabricadas por familiares envolvidos emocionalmente com a situação.
“[…] Nesta unidade prisional não tenho possibilidade de convívio e me encontro em regime de solitária. Vale ressaltar as autoridades e ao Poder Público, que não podem garantir a minha segurança, uma vez que não tem estrutura, por fim declaro que caso venha acontecer algo comigo é de total responsabilidade da istração [sic]”, escreveu ele.
Marcos afirma ser alvo de xenofobia e vítima de preconceito e perseguição por parte da imprensa, pois, segundo ele, não há provas que o apontem como o responsável pelo assassinato e desaparecimento de Isis.
A Banda B questionou à polícia se a origem da carta será investigada, e o órgão afirmou que o Conselho Disciplinar da unidade está analisando a situação.