Os três suspeitos de matar a facadas a jovem Pamela Daniele Gomes, de 26 anos, no bairro Uberaba, em Curitiba, foram ouvidos na delegacia nesta segunda-feira (26) e afirmaram que agiram em legítima defesa. Os investigados prestaram depoimento três dias após o crime e foram liberados.

De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos são um homem e duas mulheres, que são irmãs. “Testemunhas também serão ouvidas ao longo das investigações. A equipe policial segue em diligências para esclarecer a motivação e a autoria dos fatos a fim de elucidar o caso”, disse a corporação à Banda B.

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Polícia Civil confirmou que irmãs e homem foram ouvidos e liberados após depoimento — Foto: Reprodução/RICtv

Ao deixar a delegacia, o homem suspeito de envolvimento no crime negou ter estrangulado a vítima durante o esfaqueamento. “Nada a declarar! Eu só tentei separar. Eu fui separar e menina tá acusando que eu que matei. Procura saber o histórico da menina”, disse ele ao repórter Tiago Silva, da RICtv.

Uma das irmãs alegou, porém, que Pamela estava armada e pretendia matá-las. “A gente só tentou se defender. Ninguém deu mata-leão. Procura saber. Elas eram uma drogada e tentou pular em nós. Olhe o histórico da vítima. No dia que aconteceu, a gente tava indo levar as crianças pra escola igual ela tava levando na sexta-feira”, iniciou a suspeita, que não teve a identidade revelada.

Quando questionada sobre o porquê de supostamente estar armada no momento do crime, a mulher negou. “Eu não tava com faca, moço. Ela [Pamela] tava com canivete. Isso ninguém falou pra vocês, né? Sim [agi em legítima defesa]. Ela estava com canivete. Antes ela do que eu primeiramente. Ela ia matar a gente. Olha o tamanho da gente”, finalizou.

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A jovem Pamela Daniele Gomes, assassinada a facadas aos 26 anos — Foto: Reprodução/Redes sociais

À RICtv, a advogada do trio afirmou que a morte de Pamela aconteceu após um desacordo comercial envolvendo um serviço de manicure.

“Essa briga se deu após uma das acusadas fazer a unha da vítima e parece que ficou fiado. A vítima [Pamela] não pagou pelo serviço e ela [suspeita] foi cobrar. A Pamela não gostou. Então a acusada ou a cobrar, e a vítima não gostou e começou a xingá-la. Na quinta-feira houve uma briga pregressa. As acusadas são bem menores que a vítima, que já chegou a agredi-las. Temos fotos disso. Moradores disseram que a vítima chegou a dizer que ia ‘rasgá-las com uma faca’. Elas então saíram na sexta-feira para levar as crianças na escola portando uma faca. A vítima estava com o canivete e elas entraram em luta corporal, atingindo a Pamela com uma facada”, explicou a advogada à RICtv. 

Pamela teria sido atacada pelas costas por duas irmãs e um homem, que fugiram em seguida. O crime aconteceu por volta das 8h do dia 23, enquanto ela caminhava pela rua Helena Carcereri Piekarski.

Uma testemunha afirmou à Banda B, pouco depois do crime, que Pamela havia sido agredida pelos suspeitos no dia anterior. Imagens registradas por uma câmera de segurança e obtidas pela reportagem mostram a vítima sendo atacada enquanto levava a filha para a creche (assista acima).

“Elas estavam se matando. Quando eu cheguei, uma delas já estava caída. As irmãs já tinham vindo bater nela ontem e hoje bateram de novo. Hoje vieram com um homem. Elas estavam com um canivete e acho que deram umas três facadas nela”, relatou a mulher.

A testemunha também afirmou que a jovem apresentava dificuldades para respirar quando foi retirada do local por moradores da região. “A facada das costas não estava sangrando. Acho que deu uma hemorragia. Ela já estava sem respirar e o pessoal já levou ela. Quando a ambulância e a polícia chegaram, já tinham levado ela.”

‘Covardia e justiça’

Familiares de Pamela Daniele Gomes classificaram o ataque como “covarde” e pediram justiça. Segundo o tio da jovem, Valdecir Hack, a motivação do crime seria o envolvimento dela com o ex-namorado de uma das suspeitas. Em entrevista à Banda B, ele lamentou profundamente a perda da sobrinha

“Um crime covarde. Uma moça levando a filha para a creche e ser assassinada desse jeito, por causa de bobeira. Ela fazia aquele trajeto todo dia para levar a menina para a creche. Era uma menina boa, batalhava para sustentar a filha e pagar o aluguel. Você imagina agora como que fica uma criança dessa. É uma menina com a vida toda pela frente”, lamenta o familiar.