A Pan Produtos Alimentícios pediu autofalência à Justiça. No total, a empresa deve R$ 260 milhões.
A companhia era famosa pelos “cigarrinhos” de chocolate. E como lembrar do produto sem pensar em Paulo Pompeia, responsável por estampar as embalagens da comida?

Paulo Augusto Cruz foi um grande ator e artista brasileiro, de múltiplas faces, e morreu em 2021. Iniciou a carreira no circo, aos 11 anos de idade, como artista circense, e deu vida ao palhaço Berinjela na cidade de Pompeia (SP), de onde acabou carregando o apelido por toda a vida.

Foi durante o mesmo período de sucesso do palhaço Berinjela, em excursões pelo Circo Garcia em São Paulo, que a Chocolates Pan, tradicional no ramo dos doces, resolveu lançar um produto que dava às crianças a sensação de imitar os adultos, que na época viam no hábito de fumar algo elegante.

Foto: Reprodução/Instagram

O palhaço mirim Berinjela era bem carismático e chamou a atenção da empresa para conquistar o público infantil.

Obviamente, a empresa não daria cigarros de verdade às crianças, mas fez os doces com o mesmo formato e vendeu em embalagem que parecia um maço. A ideia fez sucesso, assim com a carinha de Paulo Pompeia estampada a cada venda.

Fama e escolha da profissão

Após o sucesso com os ‘cigarros de chocolate’, Paulo ou a ser chamado para participar de mais trabalhos em circos, no rádio e também na TV.

Daí, ao ar da maioridade, aos 19 anos, finalmente Pompeia decidiu se mudar para a capital São Paulo, onde se dividiu entre a carreira na aeronáutica e o início dos trabalhos no teatro. Ser ator acabou vencendo.

A partir daí foram mais de 40 peças teatrais no currículo, sendo as mais famosas: “Lola Moreno”, “Quase 84”, “O Homem que Calculava”, “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, “Laços Eternos”, e “Robinson Crusoé”.

Foto: Reprodução/Instagram

Na TV, Paulo trabalhou na Manchete, Record, Cultura, mas ficou mais conhecido por participações em novelas na década de 90 na Globo, como “Perigosas Peruas”, “O Mapa da Mina” e “Malhação”, em que interpretou o personagem ‘Seu Santos’ entre 1999 e 2001.

Já nos anos 2000, Pompeia apresentou o clássico “Telecurso 2000” e foi diretor executivo do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos e Diversões Públicas (Sated) de São Paulo. No cinema, também atuou nos filmes “Lula, o Filho do Brasil” (2009) e “Mário” (2018).

Afastamento dos palcos e morte

Com o avançar da idade, Paulo cada vez mais ia se afastando da vida artística e já frequentava há oito anos o Palacete dos Artistas, no centro de São Paulo, que acolhe artistas aposentados e que am por dificuldades financeiras ou não têm moradia.

Segundo Paula Moura, sobrinha de Pompeia, ele se sentiu mal no apartamento em que morava, próximo a ela. Paulo ainda foi socorrido, mas morreu em decorrência de uma cardiopatia congênita, em 2021.

O ator não teve filhos durante a vida, mas deixou uma irmã, um irmão, além de seus sobrinhos.

Uma curiosidade: Apesar de sua fama ter começado pelos ‘cigarros de chocolate’, Paulo nunca fumou e nem gostava do doce, segundo ele mesmo informou, em 2017, em uma entrevista à Veja SP.