Já se aram 11 anos desde que Marcello Antony se afastou das novelas brasileiras. Seu último trabalho foi em “Amor à Vida” (2014), da TV Globo, e o ator revelou os motivos que o levaram a deixar as produções da emissora. Segundo ele, a recusa em participar da novela “A Favorita” (2008) acabou selando seu destino na casa após duas décadas de parceria: “Criei inimizades”, afirmou.
Atualmente vivendo em Portugal, onde atua como corretor de imóveis de luxo, Antony detalhou a confusão envolvendo dois convites simultâneos para novelas da Globo: “A Favorita”, escrita por João Emanuel Carneiro e dirigida por Ricardo Waddington, e o remake de “Ciranda de Pedra”, assinado por Alcides Nogueira, com direção de Carlos Araújo, para o horário das seis.
Marcello interpretaria Dodi, papel que acabou ficando com Murilo Benício, mas optou por viver o personagem Daniel Prado na trama baseada no livro homônimo de Lygia Fagundes Telles. “Tive uma reunião com o Mário Lúcio Vaz (diretor da Central Globo de Produção na época) e pedi para fazer a novela das seis. Ele me respondeu: ‘Marcello, estou há não sei quantos anos na Globo. Você é o primeiro que me pede para fazer novela das seis e não das oito’. Ele liberou. Só que, com isso, criei inimizades”, afirmou.
Segundo o ator, a recusa lhe custou muitos trabalhos nos anos seguintes. “João Emanuel e Ricardo Waddington, a partir daquele momento, me vetaram de tudo. Os egos lá dentro enterraram qualquer possibilidade de convites futuros com eles. Mas faz parte do jogo. Trabalhar com TV é istrar egos. Fiquei mais tranquilo ali na periferia, não estava no centro das confusões”, disse em entrevista à Veja.
Apesar da distância dos estúdios de gravação, Antony afirmou que toparia voltar às novelas, desde que fosse para um papel desafiador. “Acho difícil, porque as coisas mudaram. Bom, primeiro, dependo de um convite, né? […] Só se fosse muito desafiador. Sou movido pelo desafio. Se for desafiador, a gente até abdica de algumas coisas. Virou uma chave.”
