O caso da morte de Cícero de Souza Guedes, de 57 anos, conhecido como ‘Palhaço Chumbrega’, ganhou novos desdobramentos. Desaparecido desde o dia 9 de maio, o corpo dele foi encontrado esquartejado na quarta-feira (14) em São Mateus do Sul, no Sul do Paraná. O filho da vítima, Gustavo, confessou ter matado o pai à Polícia Civil e permanece preso.
Após a localização de uma parte do corpo, o clima de tensão familiar veio à tona. Duas filhas de Cícero protagonizaram uma briga ao vivo durante o programa Cidade Alerta Curitiba, da RICtv, exibido nesta quinta-feira (15). A discussão expôs conflitos internos entre os familiares, agravados pela revelação de que Gustavo, filho da vítima, havia confessado o assassinato.

Camila Oliveira Guedes, uma das irmãs do suspeito, contou em entrevista ao repórter William Bittar, da RICtv, que o irmão teria ido morar com ela em Curitiba após a concessão da guarda temporária.
“O relacionamento com meu pai… ele (o pai) foi morar um tempo comigo e, por fim, ele acabou voltando, porque eu peguei a guarda do Gustavo, temporária, porque a mãe dele (do Gustavo) não queria mais ele. Meu pai não podia morar com o Gustavo, então ele foi pra casa”
relatou Camila.
Apesar de descrever Gustavo como um “bom menino no começo”, a mulher contou que, com o tempo, o comportamento dele mudou drasticamente.
“Ele agrediu as crianças na escola, se envolveu com maconha, ou a roubar minha casa. Era bem rebelde. Ele falava várias vezes que ia matar meu pai porque tinha raiva”
afirmou.
Durante a entrevista, Caroline Oliveira, outra irmã de Gustavo que reside em São Mateus do Sul, ou a discutir com Camila sobre quem teria se recusado a ajudar o suspeito em momentos críticos.
A irmã questionou por que Camila nunca contou que Gustavo ameaçava matar o pai. Ela respondeu: “Porque o pai fugiu para cá e ele (o Gustavo) ficou na minha casa. E falou: ‘Eu quero voltar para a vida de crime’. Eu sabia que ele ia acabar matando o pai”
Em meio ao desabafo, Camila afirmou que o crime cometido pelo irmão foi premeditado.
“Ele premeditou tudo. Meu pai não merecia isso. Meu pai estava convivendo na minha casa e ele tirou a vida do próprio pai que nem um cachorro.”
disse.
Caroline saiu em defesa de Gustavo, embora também tenha demonstrado perplexidade com o ocorrido.
“Porque eu convivi com meu irmão, a gente tinha relação antiga, mas eu não vejo ele fazendo isso. Eu quero saber o porquê. Não é questão de defender. Ninguém é santo nesse mundo, mas eu quero saber por que meu irmão fez. Não precisa também: ‘O pai morreu, ele é santo, e meu irmão é o monstro’”.
afirmou Caroline.
Apesar da tentativa de conciliação, Caroline revelou que já havia solicitado uma medida protetiva contra Gustavo por conta do comportamento agressivo dele.
“É o que eu digo, ele não fazia nada grave, mas me agredia com palavras. Eu tava meio que exausta, queria ver ele longe. ‘Ah, se a gente se encontrar um dia, tudo bem’. Mas nós estarmos todo dia ali, aquela discussão, não estava dando certo.”
contou.
Possível motivação
O repórter William Bittar também apurou que, momentos antes do crime, havia outras pessoas reunidas na casa de Cícero. Em determinado momento, a maioria deixou o local, permanecendo apenas a vítima, o filho Gustavo e duas mulheres.
De acordo com as investigações, uma das possíveis motivações para o crime teria sido uma discussão entre pai e filho. Gustavo teria dito que voltaria a roubar por estar insatisfeito com o dinheiro, o que desagradou Cícero. Durante a briga, o suspeito pegou uma faca e golpeou o próprio pai.
A RICtv teve o com exclusividade ao depoimento prestado por Gustavo à Polícia Civil. O suspeito disse que o motivo não era a questão de voltar a roubar, e sim o afastamento familiar.
“Eu queria dar um abraço nele, um apoio, e ele (Cícero) começou a me xingar. Eu comecei a chamar ele de noia, e ele me deu uma garrafada na cabeça. Nisso eu dei uma facada nele e ele caiu no chão”
relatou Gustavo em depoimento.
Em seguida, o jovem descreveu em detalhes o que fez com o corpo do pai.
“Ele não levantou mais e eu vi que ele estava morto. Peguei um pedaço de madeira e comecei a mexer na cabeça dele. Ai eu pensei em cortar o corpo, comecei a cortar na sala, daí sujou tudo. Fui para o banheiro, limpei tudo antes de sair de casa”
afirmou o suspeito.
Ainda de acordo com o depoimento, Gustavo colocou as partes do corpo de Cícero em três sacos de batata, junto com pedras, e os transportou de bicicleta até um rio da região, onde os descartou.
As investigações continuam em andamento. O suspeito permanece preso à disposição da Justiça.